domingo, 19 de dezembro de 2010

Eu vou te contar que você não me conhece.

E eu tenho que gritar isso, pq você está surdo e não me ouve. A sedução me escraviza a você, ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não à mim.
E quanto mais falo sobre uma verdade inteira, um abismo maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho, você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é. Por que eu, eu não sou o meu nome e você não é ninguêm. O jogo perigoso que eu pratico aqui.
Ele busca chegar ao limite possível de aproximação. Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela. Entre eu e você existe a notícia, eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e espelha. Eu me relato, tu me deladas, eu vos acuso o confesso por nós.
Só assim me livro das palavras com as quais você me veste.

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