segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E se me perguntarem o que vem a ser o certo, vou olhar com a cabeça torta como a de um cachorro quando parece não compreender o que se passa. O olhar de repente vidrado de quem tem sede de entender as coisas que acontecem ao redor. Não sei amar, talvez. Então mais um amor foi embora, mais um que chegou ao fim. Nessa imensa individualidade onde ninguém pode entristecêr-me que sempre crescem espinhos. Espinhos para machucar aqueles que me machucam, então assim não me tocam. Não me tocam por que o medo da mágoa não deixa que me toquem ou então há medo porque não fui tocada fundo o suficiente para que o medo não exista. Que triste está sendo mas já estou acostumada. Acostumada e fria porque depois de tantas lágrimas, finalmente pareço ter secado. E sempre estou inteira, por que nunca deixo nada para trás, mas sempre com os olhos de desilusão e cansaço. Cansada de construir sonhos, planos, fantasias. E depois da desilusão ter de destruir uma a uma, como se nada daquilo tivesse um dia existido, só para olhar para trás e não sentir nada do que sentira antes. Era mais um fim doído, choroso, arrastado. Fosse o ponto final minha última lágrima de dor, já havia então sido decretado. Decretado num discurso mudo, num adeus em silêncio. Dito através de tudo daquilo que não havia sido falado. Meu coração tá ferido de amar errado. De amar demais, de querer demais, de viver demais. Amar, querer e viver tanto que tudo o mais em volta parece pouco. Seu amor, comparado ao meu, é pouco. Muito pouco. Mas você não vê. Não vê, não enxerga, não sente. Não sente porque não me faz sentir, não enxerga porque não quer. A mulher louca que sempre fui por você, e que mesmo tão cheia de defeitos sempre foi sua. Sempre fui só sua. Sempre quis ser só sua. Sempre te quis só meu. E você, cego de orgulho bobo, surdo de estupidez, nunca notou. Nunca notou que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você, meu homem, é que não soube cuidar. E nessa de cuidar, vou cuidar de mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais, de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado. Seja feliz.

5 comentários:

  1. No momento estou apenas te seguindo,mas prometo voltar e comentar em breve as suas postagens!,agradeceria se seguisse o meu! Assim criamos um vínculo que facilite a divulgação de ambos os blogs! Passa lá?
    http://medicinepractises.blogspot.com/

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  2. Desilusões e corações machucados também fazem parte da vida e acabam por enriquecer um pouco as pessoas.
    Você colocou isso de forma muito bonita. Um texto direto e de grande significado.
    Gostei muito!

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  3. Querida, o bom do amor é isso. Dói, mas é isso ai. Acredito que isso acontece para que nas próximas vezes amarmos diferente. E a cada amor tire algo de bom. E o amor anda junto da consciencia, por isso não existe amar errado, mas sim amar consciente.

    um beijo!

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  4. Ótimo texto. Parabéns, Sarah! Minha professora de redação iria amar interpretar/refletir o teu texto rs

    []'s
    blog.avoado.com

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  5. to te seguindoo.. adorei o seu blog..

    me segue tbm :D

    beijokas
    nikki

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